5h45 - na Missão Católica Nossa Senhora
Rainha, do Mundo, província Alto –Molócuè, presenciei
o nascer do sol, momentos repletos de tonalidades rosadas, amareladas e
esbranquiçadas e por fim , uma grande estrela, muito brilhante e muito
quente iluminou todo o meu dia.
6h - Participámos nos Atos de Oblação, Laudes (Liturgias das Horas)
e à missa (diária), hoje, celebrada pelo Pe. Onório (um italiano) porque
como estamos em comunidade temos rituais
comuns. Comunguei e pela primeira vez provei uma hóstia, mergulhada no vinho,
deliciosa.
7h15 - Tomamos o pequeno-almoço (hoje havia inhame).
8 horas - Fomos dar um passeio pela vila para
observarmos a azáfama diária, passámos por um “fardo” (um vendedor, que vende
roupa oriunda de todo o mundo e empacotada em vácuo, em leilão), onde a Cheila
conseguiu comprar umas calças e uma t-shirt por uma pechincha, e ainda fomos ao mercado, onde algumas
voluntárias compraram umas capulanas a 125 meticais (MT) cada uma. (Amanhã,
durante a manhã iremos às compras no
mercado, calmamente poderemos
regatear).
8h10 - No caminho, e pertinho do
local onde estamos, há escolas públicas. Os alunos (usam farda e trazem
banquinho ou cadeira ou pedras para sentarem-se) estavam a limpar e a varrer,
com galhos de árvores, os arredores da
escola.
aula de música
(observem os assentos)
limpeza dos arredores das salas de aulas
9h50 – Regressámos, iniciarmos as actividades diárias (trabalhos): corte e costura, (CC) informática, trabalhos manuais (TM), inglês, empreendorismo e jogos tradicionais. Nestas atividades as crianças e jovens germinam.
11h30 - Começámos a preparar o almoço com a
Ofélia (uma moçambicana que trabalha nos padres, como os locais dizem). Bebemos
vinho “Dona Ermelinda” que custou 350 MT, ou seja, 9€, uma luxúria no mato.
12h /12h30 - Hoje, sexta-feira, a partir das 12 horas
praticamente ninguém trabalha. E ainda dizem que os portugueses trabalham
pouco, eheheh. Mas os nossos formandos
ou jovens do Centro Juvenil apareceram, como sempre, ávidos por participar e
aprender, durante a tarde; neste período ocorreu formação de psicologia e
defesa pessoal (DP), não mencionadas anteriormente.
Almoçámos sem convidados (a
missão é um local onde ficam alojados muito viajantes pois o Alto Molócuè é ponto de paragem entre
Nampula e Quelimane). Havia viajantes,
mas estes hospedaram-se na Sala de Hóspedes.
Após o almoço, têm o hábito de
descansar.
14h – Continuação dos trabalhos. Na
minha actividade, CC, na qual tenho ensinado a bordar “ponto de corda”, ponto
de cruz, croché e tricô porque as adolescentes quando acabam a 12ª classe
(equivalente ao nosso 12ª ano de escolaridade) vão para casa “ficar sentada”,
como disse-me a Zulaia porque não tem dinheiro para estudar para ser
professora. Esta e outras adolescentes e mulheres têm muitas competências mas a
iniciativa própria e autonomia é fraca.
Durante a tarde, mataram um porco
à nossa moda, ainda dei uma espreitadela,
e observei que aproveitam o sangue e todas as vísceras. Aqui, não deixam
a carne do porco descansar um dia, porque o Pe. Onório congelou-o de imediato.
17h - Antes de tomarmos banho, eu
e a Diamtantina tivemos cabeleireiras a “trançarem os nossos cabelos”, até
brigavam para tocar e mexer neles.
Diamantina quase
entrançada.
Todas as sextas, ocorre o Conselho de Família: uma reunião para abordar assuntos do interesse da comunidade.
17h30 - Ao final da tarde,
tomámos banho porque hoje é “Friday Nigth”. Encontrámo-nos na nossa sala de trabalho, para
a bilhardice, face e skype, todos com a roupa
de ir à missa.
18h15 – Letio Divina: ainda não
sei o que é porque não assisti porque estava no cabeleireiro, ao ar livre
18h30, tivemos a meditação
(Adoração) e de seguida as Vésperas (orações de agradecimento pelo dia). Eu
estou quase numa leiga consagrada ;-).
19h15 – Jantar.
20h - Fomos tomar um copo com o
Pe Messias (padre moçambicano, daqui da provincia) e o Pe Juan (nosso
acompanhante deste a Madeira); bebemos
cerveja preta “Laurentina”; já não fomos à discoteca “Escondinho” porque
encontrava-se fechada.
21h – Regressámos à missão e
fomos xonar, estávamos todos exaustos.
Graça Dias
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