segunda-feira, 30 de julho de 2012

Voluntariado em Moçambique - Agosto de 2012


Partilho convosco este texto que foi publicado no suplemento "Pedras Vivas" da edição de 29 de julho do "Jornal da Madeira":



A ALVD (Associação Leigo Voluntários Dehonianos) promove este verão algumas experiências de voluntariado em Moçambique e em Angola. Estão envolvidos alguns grupos do continente (Lisboa, Coimbra e Porto) e um grupo da Madeira.
Mas para aqueles que nunca ouviram falar desta associação certamente estarão curiosos em saber quem são.
Pois bem, a ALVD é uma associação sem fins lucrativos, sob a orientação dos Sacerdotes do Coração de Jesus (dehonianos), e que tem como objectivo a promoção do voluntariado missionário (que quer dizer voluntariado fora de portas). O nosso campo de acção é essencialmente os lugares onde já existem comunidade dehonianas em Moçambique e em Angola.
A associação já existe desde o ano 2000 e concretamente na Madeira começou a sua acção (como núcleo regional) desde 2006.

A ALVD – Madeira prepara-se neste momento para iniciar mais uma experiência de missão no Alto Molócuè, provincia da Zambézia, a norte de Moçambique. Essa experiência de voluntariado terá lugar durante o mês de agosto. Os voluntários partem da Madeira no dia 31 de julho e regressam no dia 1 de setembro. Neste momento a associação tem outros dois voluntários (o Ruben e a Halszka) que partiram em abril e regressarão em dezembro.
O grupo de agosto é constituído por 7 pessoas, de várias áreas profissionais, idades heterogéneas e diferentes locais geográficos: um sacerdote (Pe. Juan), responsável pelo núcleo da associação na Madeira; dois professores de 3º ciclo e secundário (Gonçalo e Marlin); uma professora universitária (Isabel Portugal); uma engenheira ambiental (Cláudia); uma fisioterapeuta (Marta) e uma educadora de infância (Nélia).
O que une todas estas pessoas é uma imensa vontade de fazer uma experiência de missão, ir para longe fazer voluntariado.
Está próximo o momento da partida e para trás ficou um longo percurso de formação. Desde setembro do ano passado este grupo tem feito uma caminhada de auto e inter conhecimento, aprofundando os objectivos da associação e da espiritualidade dehoniana, projectando o trabalho a ser realizado no campo de missão.
Ao longo deste ano também foram muitas a iniciativas de angariação de fundos e divulgação da associação em vários pontos da ilha.

A bagagem vai cheia de desejos e sonhos… de dar algo de nós, mas sobretudo preparados para receber muito.
O grupo leva um plano de acção que incidirá na colaboração com o Centro Juvenil Padre Dehon, que funciona na missão dos dehonianos. Desde a área da informática (formação e apoio técnico), a formação em áreas de educação e pedagogia, a animação sócio-cultural, a formação dos jovens que frequentam o Centro, o apoio naquilo que for necessário no Centro Juvenil.
Outra dimensão importante que será privilegiada é o acompanhamento dos missionários nas suas visitas às comunidades ao fim de semana e a colaboração na dimensão da evangelização.
Um mês não é muito mas é aquele que estes voluntários têm disponível para realizar o seu sonho. Quem sabe se no futuro não poderão fazer uma experiência mais prolongada…

Um último pedido a todos vós: acompanhem cada um destes voluntários com a oração e a amizade.
Quando chegarem certamente terão muito que partilhar …

Ubuntu

Ubuntu (Zulu/Xhosa pronunciation: [ùɓúntʼú]; English: /uˈbʊntuː/ oo-BUUN-too) or "uMunthu" (Chichewa) is an African ethic or humanist philosophy focusing on people's allegiances and relations with each other. Some believe that ubuntu is a classical African philosophy

Definition
Ubuntu: "I am what I am because of who we all are." (From a definition offered by Liberian peace activist Leymah Gbowee.)
Archbishop Desmond Tutu offered a definition in a 1999 book.
A person with Ubuntu is open and available to others, affirming of others, does not feel threatened that others are able and good, based from a proper self-assurance that comes from knowing that he or she belongs in a greater whole and is diminished when others are humiliated or diminished, when others are tortured or oppressed.
Tutu further explained Ubuntu in 2008:

One of the sayings in our country is Ubuntu – the essence of being human. Ubuntu speaks particularly about the fact that you can't exist as a human being in isolation. It speaks about our interconnectedness. You can't be human all by yourself, and when you have this quality – Ubuntu – you are known for your generosity. We think of ourselves far too frequently as just individuals, separated from one another, whereas you are connected and what you do affects the whole World. When you do well, it spreads out; it is for the whole of humanity.
Nelson Mandela explained Ubuntu as follows:
A traveller through a country would stop at a village and he didn't have to ask for food or for water. Once he stops, the people give him food, entertain him. That is one aspect of Ubuntu, but it will have various aspects. Ubuntu does not mean that people should not enrich themselves. The question therefore is: Are you going to do so in order to enable the community around you to be able to improve?
Tim Jackson refers to Ubuntu as a philosophy that supports the changes he says are necessary to create a future that is economically and environmentally sustainable:
Judge Colin Lamont expanded on the definition during his ruling on the hate speech trial of Julius Malema:
Ubuntu is recognised as being an important source of law within the context of strained or broken relationships amongst individuals or communities and as an aid for providing remedies which contribute towards more mutually acceptable remedies for the parties in such cases. Ubuntu is a concept which:
  1. is to be contrasted with vengeance;
  2. dictates that a high value be placed on the life of a human being;
  3. is inextricably linked to the values of and which places a high premium on dignity, compassion, humaneness and respect for humanity of another;
  4. dictates a shift from confrontation to mediation and conciliation;
  5. dictates good attitudes and shared concern;
  6. favours the re-establishment of harmony in the relationship between parties and that such harmony should restore the dignity of the plaintiff without ruining the defendant;
  7. favours restorative rather than retributive justice;
  8. operates in a direction favouring reconciliation rather than estrangement of disputants;
  9. works towards sensitising a disputant or a defendant in litigation to the hurtful impact of his actions to the other party and towards changing such conduct rather than merely punishing the disputant;
  10. promotes mutual understanding rather than punishment;
  11. favours face-to-face encounters of disputants with a view to facilitating differences being resolved rather than conflict and victory for the most powerful;
  12. favours civility and civilised dialogue premised on mutual tolerance.
Marta
Formação Académica:

2003 – Licenciatura em Fisioterapia

2004 – Formação na área do Fitness

2011 – Mestrado em Actividade Física e Desporto

 Áreas de Interesse:

- Actividades na Natureza; Fotografia; Dança e Arte; Agricultura; …

O meu desejo de realizar voluntariado em Àfrica teve inicio em 1997. Em 2010 conheci a Associação de Leigos Voluntários Dehonianos (ALVD), data na qual decidi concretizar o desejo de realizar este voluntariado.

Porquê voluntariado em África?
Sinto que em África os conhecimentos nas diversas áreas, que fui adquirindo ao longo da vida, serão importantes de partilha. Durante esta missão poderei apoiar outras pessoas como “Marta”, e não como “Marta Fisioterapeuta / Instrutora”. O rótulo colocado pela nossa sociedade não será relevante em África, estarei presente como “Marta”, ser humano que foi adquirindo conhecimentos em várias áreas de interesse e que foi construindo um conjunto de valores, que agora humildemente poderá partilhar entre indivíduos que não tiveram igual oportunidade de alcançar determinada informação e formação, ajudando-os no seu crescimento e desenvolvimento, e consequentemente na construção de uma sociedade mais consolidada nessa localidade.
Estando inserida numa sociedade onde os valores que me foram transmitidos nem sempre são praticados, levou-me a distanciar da componente espiritual e aproximar-me da material. Assim esta missão, que ALVD permite, desde o seu período de preparação tem me apoiado na reaproximação à componente espiritual e humana, que considero de extrema importância para me tornar num humano mais completo, e que me permite ser melhor cidadã, melhor profissional e melhor “pessoa”.
Ser voluntário é ter a capacidade de se descentralizar em prol do outro, em prol de uma acção. O desenvolvimento como voluntária e a aquisição das competências que o voluntariado permite, exige uma capacidade de concentração e desfoque das outras actividades da nossa vida, como quando estamos a realizar qualquer actividade. Ser voluntário não pode ser algo a realizar quando existe tempo livre, mas através da programação de um determinado tempo que decido dedicar a uma determinada acção sem um fim lucrativo. Assim considerei que em África conseguiria uma maior dedicação e foco, desconectando-me com maior facilidade de outras actividades que realizo diariamente, podendo assim neste período que decidi dedicar ao voluntariado (o das minhas férias) adquirir de melhor forma e mais rapidamente estas competências pretendidas.
Por fim, acredito que quanto maior for a diversidade de experiências vivenciadas e quanto mais vezes o ser humano sair da sua zona de conforto, dando o melhor de si com todo o seu coração, maior será a sua construção, crescimento e maturação. Assim acredito que África, especificamente o voluntariado no Alto de Molocué, em Moçambique, me ajudará a crescer, dada a sua realidade ambiental e cultural divergente.
           

domingo, 29 de julho de 2012

O grupo na cerimónia do envio:

....
A Palavra poderá assim fazer-se ao largo no meio das numerosas encruzilhadas criadas pelo denso emaranhado das auto-estradas que sulcam o ciberespaço e afirmar o direito de cidadania de Deus em todas as épocas, a fim de que, através das novas formas de comunicação, Ele possa passar pelas ruas das cidades e deter-se no limiar das casas e dos corações, fazendo ouvir de novo a sua voz: “Eu estou à porta e chamo. Se alguém ouvir a minha voz e Me abrir a porta, entrarei em sua casa, cearei com ele e ele comigo” (Ap 3,20)....

Papa Bento XVI

sexta-feira, 27 de julho de 2012



Nós, na formação de fevereiro. Reparem que a Marta já está a organizar tudo......

 A Elisa e penso qua a Maria, á porta do centro onde vamos trabalhar.

                                                      O O Hospital tem bom aspecto...
A Marisa no Ano Passado
secondary school classroom, Alto molocue, Zambezia, Mozambique
A sala de aula da missão
Esta poesia  de Sophia de Mello Breyner Andresen traduz bem o vontade de ir e de ter o que partilhar depois da ida, na volta, no meu lugar de vida e com as pessoas de quem eu sou.
É isto que torna enorme a espectativa do que vou encontrar.


Feliz aquela que efabulou o romance
Depois de o ter vivido
A que lavrou a terra e construiu a casa
Mas fiel ao canto estridente das sereias
Amou a errância o caçador e a caçada
E sob o fulgor da noite constelada
À beira da tenda partilhou o vinho e a vida